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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

De repente...

com vontade de pintar sem seguir regras ou muito pensar. Noo papel pardo, pincelei a tinta azul turquesa. Esta cor tinha total destaque no papel e este um grande espaço a ser preenchido. Aleatóriamente, dei mais algumas pinceladas com a mesma cor e, nesse momento notei que somente esta cor não bastaria. "Era necessário acrescentar outra cor", mas qual usar?

Branco, verde, amarelo, violeta... cada cor com sua beleza. Avistando o vermelho, não tive dúvidas. Esta cor traria impacto e tal composição daria destaque ao azul que, também me agradava com sua serenidade. Contornei o azul e pincelei os vãos com vermelho. Gostei do resultado, porém, achei que agora ao invés de pura serenidade, a composição estava muito forte. Era necessário uma terceira cor para amenizar, intermediar e finalizar a composição.
Utilizando a cor branca, pincelei algumas manchas. Estas não retiraram a vida que o vermelho trouxe e também permitiu que a serenidade do azul fosse destacada, realmente era o que faltava.

Acredito que o ser humano assemelha-se muito com esse relato. É como se cada cor representasse uma pessoa e sua personalidade. Muitas vezes, nos sentimos contornados e até invadidos por uma cor (pessoa) diferente. Serena, impetuosa, intensa, forte, alegre... seja ela como for. A princípio quando cercados por uma cor diferente, logo sentimos o medo, receio de que esta cor ocupe nosso espaço, se destaque mais ou de alguma forma nos importune com seu tom (jeito de ser). Não imaginamos ou queremos aceitar que a união de cores tão diferentes, às vezes oposts pode trazer uma bela composição.

Quando me surgiu essa idéia, o papel não era adequado para pintura, as tintas, uma era de tecido, outra guache acrílico e os pincéis tinham suas cerdas duras e estragadas de tanto tempo sem uso. esses pincéis estavam prontos para serem jogados no lixo. Porém, não deixei escapar a idéia que me ocorreu e aquilo em que acreditava que poderia ficar bom, mesmo com materiais inadequados e sem facilidades para concluir o trabalho.

Com as cores, quando se tem falta de uma, muitas vezes conseguimos obtê-la misturando outras. Aquilo que deveria estar no lixo, inclusive, pincéis, pensamentos e sentimentos, ainda podem ser úteis. Tudo isso nos mostra que, muitas vezes na vida, achamos quem não queríamos achar, precisamos contar com o que não contamos, usar o que não usamos, o que não convém; ou mesmo brincar com o brinquedo mais feio e sujo.

E o final?

Pode ser um lindo quadro repleto de felicidade e expressando amor, enfim, uma composição que agrada e enobrece a todos que a contemplam. Vejam a seguir....





Sheila Basilio dos Reis

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